segunda-feira, 25 de junho de 2012

CUTISTA OCUPA CARGO-CHAVE NO MINISTÉRIO DO TRABALHO


Uma das tarefas do sindicalista é combater “fábrica de sindicatos”

Manoel Messias: direto da CUT para ocupar secretaria do Ministério do Trabalho
O secretário de Relações de Trabalho da CUT, Manoel Messias Nascimento Melo, deixa o sindicalismo para ocupar a Secretaria de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e, ao que tudo indica, para cumprir uma missão exposta pelo novato ministro Brizola Neto, que é de combater a “fábrica de sindicatos”. A portaria com a nomeação de Nascimento, assinada pela ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, foi publicada na edição de sexta-feira (22) do Diário Oficial da União.

Nos últimos anos, o posto havia ficado com nomes ligados ao PDT. Na gestão do então ministro Carlos Lupi, quando o ANDES-SN obteve de volta o seu registro sindical, o cargo cuja função é de dialogar com o movimento sindical, havia sido ocupado por Luis Antonio de Medeiros, da Força Sindical e, central que, que de certa forma, rivaliza com a CUT. O atual titular do MTE é ligado ao PDT e à Força Sindical, mas que, agora, terá em sua assessoria um ex-sindicalista vinculado à CUT. Conforme o site do Sinait (Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho), a nomeação se deu após ter sido costurado um acordo entre Força Sindical e Central Única dos Trabalhadores.

A secretaria a ser ocupada é uma área sensível do ministério, responsável pela concessão de registros sindicais. Representantes de centrais, especialmente da CUT, falam na existência da "fábrica de sindicatos", com entidades criadas apenas para arrecadar imposto, e defendem critérios para a concessão dos registros.

Para o presidente da CUT, Artur Henrique, "não podemos ter sindicato de gaveta. Outra coisa é garantir que quando tenha assembleia de sindicatos-fantasma, que haja algum tipo de acompanhamento das centrais sindicais para que possa ter um espaço de apresentação dessas denúncias. Porque faz uma assembleia-fantasma, entra com o pedido de registro, não há preocupação com a veracidade das assinaturas", afirmou ele.

Conforme matéria veiculada no jornal Valor Econômico, “nos próximos dias, Força Sindical e CUT devem apresentar ao ministro Brizola Neto uma proposta para alterar as regras que regem a criação de sindicatos. A minuta da portaria prevê, por exemplo, a exigência de um maior número de assinaturas de trabalhadores para a autorização de desmembramentos de sindicatos. Outra ideia em estudo pelos sindicalistas é levar alguns casos mais polêmicos de criação de sindicatos ao Conselho de Relações do Trabalho, órgão formado por representantes dos trabalhadores, empresas e governo”.

Na avaliação do presidente da SEDUFSM e 3º secretário do ANDES-SN, professor Rondon de Castro, a iniciativa de combater “sindicatos-fantasma” é boa, desde que isso não se torne um filtro ideológico, para tentar contar o crescimento da oposição à CUT e ao governo no movimento sindical. “Todo esse zelo manifestado pelo dirigente da CUT deveria ter sido levado em conta, em setembro de 2008, quando o Proifes, com base em centenas de procurações, se reuniu na sede da própria CUT, em São Paulo, para se arvorar como representante dos professores federais”.

Origem

Manoel Messias do Nascimento Melo, é natural de Alagoas, e morador de Recife (PE) desde 1973. Foi presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados (Sindpd) de Pernambuco e da Federação Nacional dos Empregados em Empresas e Órgãos Púbicos e Privados de Processamento de Dados (Fenadados). Está na executiva da CUT desde 2003. Em 2009, foi eleito para a Secretaria de Saúde do Trabalhador, assumindo – após recomposição da direção – a área de relações do trabalho no início do ano passado.
Texto: Fritz R. Nunes com informações da Rede Brasil Atual
Foto: Portal Dataprev
Assessoria de Imprensa da SEDUFSM


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